[mk_page_section attachment=”scroll” bg_position=”left top” bg_repeat=”repeat” bg_stretch=”false” enable_3d=”false” speed_factor=”4″ bg_video=”no” video_mask=”false” video_opacity=”0.6″ top_shadow=”false” section_layout=”left” sidebar=”metaforas” min_height=”100″ full_height=”false” padding_top=”0″ padding_bottom=”0″ margin_bottom=”0″ first_page=”true” last_page=”true”][vc_column width=”1/1″][vc_column_text title=”Milho para pipoca” disable_pattern=”true” align=”left” margin_bottom=”0″]As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.

Mas há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!

Pois sem fogo o sofrimento diminui.

Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que esta sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras, a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.

“Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.”

Lembre-se sempre: o sofrimento é passageiro, desistir é para sempre!

Extraído do livro “O amor que acende a lua”, de Rubem Alves.[/vc_column_text][/vc_column][/mk_page_section]

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